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Protesto de servidores marca audiência que discutiu subconcessão da Agespisa

Audiência pública aconteceu nesta terça, dia 7, no plenário da Assembleia Legislativa

Data de publicação: 07/03/2017
Protesto de servidores marca audiência que discutiu subconcessão da Agespisa

Texto e fotos: Jessica Kamilla/PortalOitoMeia

Com a presença de dezenas de servidores da Agespisa, sindicalistas e técnicos, a Assembleia Legislativa realizou no grande expediente da sessão plenária desta terça-feira (07/03) uma audiência pública para debater a subconcessão dos serviços de abastecimento de água e saneamento básico da Agespisa (Companhia de Águas e Esgotos do Piauí) em Teresina, atendendo requerimento apresentado pelo deputado Gustavo Neiva (PSB). Os servidores protestaram durante a audiência contra a privatização dos serviços.

Ao falar sobre o seu requerimento, o deputado Gustavo Neiva disse que pediu a realização da audiência com o objetivo de acabar as dúvidas em relação à licitação realizada pelo Governo do Estado que teve como vencedora a empresa Aegea. Ele falou que a audiência serviria para fornecer subsídios ao TCE que está analisando se a escolha da Aegea foi correta, já que uma das empresas concorrentes recorreu do resultado da licitação.

Protesto de servidores marca audiência que discutiu subconcessão da Agespisa
Deputado Gustavo Neiva

“Essa audiência é importante porque temos que entender o que está acontecendo e tirar todas as dúvidas sobre o processo. Essa decisão tem que clara e transparente para que essa subconcessão seja dada para uma empresa que realmente dê conta do recardo, até porque a decisão política já foi tomada. Essa discussão é ainda mais importante por causa de denúncias que a empresa vencedora da licitação tem sido acusada, inclusive a Aegea teve seus bens bloqueados pela Justiça em São Paulo. Por isso essa licitação precisa ser amplamente debatida e uma decisão final tomada com muita cautela”, disse o parlamentar.

O secretário Franzé Silva disse que a subconcessão é necessária porque o Piauí não dispõe de recursos para solucionar os problemas financeiros da Agespisa, que tem débitos acima de R$ 1 bilhão. “Não é novidade a situação que nós passamos com o sistema de abastecimento de água no Piauí, e que precisamos apresentar uma solução urgente. Mas o que acontece é que o estado não tem a capacidade financeira para arcar com uma saída viável para a demanda da população. E isso não é um processo desse governo, esse processo se iniciou ainda no governo de Wilson Martins”, falou o secretário.

A superintendente de Parcerias e Concessões, Viviane Moura, disse que a Fipe (Fundação de Pesquisas Econômicas) da Universidade Estadual de São Paulo foi responsável pela elaboração do estudo que concluiu que a melhor forma de solucionar os problemas da Agespisa é a subconcessão dos serviços da empresa, o que está sendo feito agora através da licitação que teve como vencedora a Aegea.

Protesto de servidores marca audiência que discutiu subconcessão da Agespisa
Viviane Moura

O técnico da Fipe, Fernando Marcato, fez a apresentação de um resumo do estudo realizado pela fundação. Ele disse que o estudo concluiu que a situação do abastecimento de água e do saneamento básico em Teresina é alarmante e que os serviços não serão privatizados, já que haverá apenas uma subconcessão a valer pelo prazo de 20 anos e que prevê investimentos de R$ 1,7 bilhão na melhoria da prestação desses serviços à população.

TERESINA TEM DÉFICIT DE 80% NO SANEAMENTO 

Fernando Marcato lembrou que somente 20% da população teresinense conta com esgoto sanitário e que o Piauí fica abaixo da média nacional em relação às pessoas atendidas com abastecimento de água. Ele assinalou que a subconcessão atingirá apenas os serviços prestados na zona urbana de Teresina, ficando a zona rural sob a responsabilidade da Agespisa.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Piauí, Florentino Sousa, contestou os dados apresentados pelo técnico da Fipe e disse que o Governo do Estado deixou de aplicar R$ 60 milhões em uma estação de tratamento que iria ampliar consideravelmente o saneamento básico na Capital. Ele disse que 20% da água produzida pela Agespisa é desviada para atender milhares de pessoas que moram nas favelas de Teresina e que a empresa tem mais de R$ 400 milhões em contas atrasadas para receber.

Florentino Sousa disse que o Sindicato entrou com ação na Justiça para anular a licitação por entender que ela deveria ter sido realizada pela Agespisa e não pela Superintendência de Parcerias e Concessões. “A Agespisa é que tem um contrato com a Prefeitura de Teresina para levar água e saneamento básico para a população”, ressaltou ele.

SERVIDORES DA AGESPISA TEMEM DEMISSÃO EM MASSA APÓS SUBCONCESSÃO

O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Piauí, Paulo Sampaio, falou do sofrimento que o processo de “privatização” tem causado aos servidores da Agespisa, que temem o desmonte da empresa e demissões em massa.

Protesto de servidores marca audiência que discutiu subconcessão da Agespisa

Sampaio lamentou a divulgação desautorizada dos valores recebidos no contracheque pelos funcionários, como esses fossem responsáveis pela insolvência da Agespisa.

O sindicalista afirmou que a posição de todos é contrária à subconcessão, que ele considera uma “privatização” disfarçada. “Não queremos entregar Teresina, o filé mignon da Agepisa, à iniciativa privada, justamente quando a capital registra um enorme crescimento vertical, quando está quase tudo pronto e sem que essa empresa tenha aberto uma vala”.