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Saiba como escolher a melhor técnica para a cura do concreto

Data de publicação: 28/07/2020

A cura do concreto é um processo essencial para assegurar a durabilidade e a resistência das estruturas. Trata-se de um conjunto de procedimentos que visam evitar que a água de amassamento se perca antes da hora desejada.

Sua importância se deve a dois motivos. Primeiro, porque o cimento e os demais aglomerantes não completam suas reações de endurecimento se não estiverem em contato, por tempo suficiente, com uma quantidade de água adequada. "Além disso, há a retração volumétrica, que ocorre porque o concreto perde massa e plasticidade à medida em que perde água, e é causa de tensões internas fortes para um concreto ainda jovem", explica Carlos Resende, coordenador técnico da atividade concreto da LafargeHolcim e diretor técnico regional do Instituto Brasileiro do Concreto em Minas Gerais (Ibracon-MG).

No caso do concreto aparente, a cura está relacionada, também, à obtenção de um ótimo acabamento. "Um processo de cura adequado previne mecanismos de deterioração e, quando devidamente executado, assegura uma superfície com resistência e também uma capa superficial durável", acrescenta a engenheira Janaína Alves de Morais, gerente técnica da Engemix.

CURA ÚMIDA E QUÍMICA

Um processo de cura adequado previne mecanismos de deterioração e, quando devidamente executado, assegura uma superfície com resistência e também uma capa superficial durável
Janaína Alves de Morais

Para que o concreto possa suportar as tensões da retração ele deve apresentar resistência em torno de 15 MPa. O tempo de cura dependerá do tempo necessário para o concreto atingir esse índice e precisa ser determinado com critério, conforme o tipo de concreto que está sendo utilizado.

Entre as estratégias mais usuais está a cura úmida, que visa manter o concreto saturado com água. “Ela pode ser realizada pelo uso de mantas de cura continuamente umedecidas, por névoa, espalhamento contínuo por mangueiras ou inundação, formando um reservatório sobre o concreto”, diz Morais. "Este tipo de cura é bastante simples e pode ser utilizado em praticamente todas as obras", informa a engenheira Heloisa Cordon, professora da Escola de Engenharia Mauá. No entanto, é altamente dependente da disciplina dos operários.

Também são usuais as curas químicas, que preveem a inserção de uma membrana sobre o concreto, evitando a evaporação da água. Utilizada em paredes de contenção, barragens, obras de estradas e rodovias, a cura química tem como ponto a favor demandar menos mão de obra, além de ser ambientalmente sustentável. “O sucesso dessa técnica, no entanto, depende da escolha de um produto eficaz, bem como da aplicação adequada”, destaca Resende.

Há, ainda a cura térmica, bastante utilizada na confecção de pré-fabricados. Este método, que consiste em submeter a peça de concreto a altas temperaturas de forma programada, acelera o processo para obtenção da resistência mecânica mínima.

COMO DEFINIR O MÉTODO DE CURA

O processo construtivo, a velocidade de desforma e a existência de elementos pré-moldados são pontos que devem ser avaliados no momento da definição da técnica de cura. O custo e a disponibilidade local de ferramentas também precisam ser considerados, assim como eventuais interferências que o método de cura pode causar nas demais atividades do canteiro.

O grau de tolerância com as patologias é outro fator que impacta a escolha do método de cura. “Em um piso industrial de alta performance, por exemplo, uma fissura de retração pode ter uma importância maior do que em uma laje de pavimento. Nestes casos, pode ser natural investir em inibidores de evaporação químicos e mantas de cura de alta qualidade”, diz o diretor do Ibracon-MG.

Quando a cura não é bem realizada, podem ocorrer manifestações patológicas como retração por secagem e fissuração, acúmulo de nata de cimento na superfície da estrutura recém moldada e hidratação incompleta do cimento
Heloísa Cristina Fernandes Cordon

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

“Quando a cura não é bem realizada, podem ocorrer manifestações patológicas como retração por secagem e fissuração, acúmulo de nata de cimento na superfície da estrutura recém moldada e hidratação incompleta do cimento”, comenta Cordon.

Como a perda de água tende a ser mais severa na superfície, a perda de resistência nessa região pode ser muito significativa e levar a patologias como desgaste prematuro em pisos ou pavimentos de concreto. “Em peças com grande área de exposição, como lajes, pavimentos ou paredes, as tensões decorrentes da retração volumétrica precoce podem causar uma grande variedade de fissuras, algumas graves e em quantidade suficiente para prejudicar a estanqueidade, a durabilidade e, em casos extremos, a segurança estrutural", conclui Carlos Resende.

Colaboração técnica

Heloísa Cristina Fernandes Cordon – Engenheira civil mestre em engenharia de construção civil pela Escola Politécnica da USP e doutora em nanociência e materiais avançados pela Universidade Federal do ABC. É professora de materiais de construção civil da Escola de Engenharia Mauá.
Carlos Resende – Engenheiro de produção civil, é coordenador técnico da atividade concreto da LafargeHolcim. Também é diretor técnico regional do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) em Minas Gerais.
Janaína Alves de Morais – Engenheira civil com MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. É gerente técnica da Engemix (Votorantim Cimentos).

 

FONTE: aecweb.com.br